A arenga militar feminina na historiografia portuguesa quinhentista
Palabras clave:
Arenga militar, Discurso femenino, Portugal, Siglo XVI, Retórica, HistoriografíaResumen
Este artigo analisa o modo como a historiografia portuguesa do século XVI adaptou um tipo de discurso que contava já com alguns exemplos na historiografia romana: a arenga militar feminina. Em particular, são identificados os contextos narrativos que favorecem a sua ocorrência, a sua tipologia discursiva, bem como os tópicos argumentativos mais recorrentes e a sua relação com a tradição retórica prévia e também com a envolvência histórica coeva. Finalmente, são ainda apuradas as funções que estes discursos desempenham nas obras históricas em que estão inseridos. Protagonistas destas alocuções são as mulheres de Diu, que, nos cercos de 1538 e 1546, ajudaram, com trabalhos e palavras de incentivo, a desbaratar os ataques turcos àquela cidadela. Destaque ainda para o olhar dos outros sobre os portugueses, na extensa e elaborada arenga da rainha de Ternate, exemplum claro da assimilação da retórica militar por parte dos historiadores portugueses renascentistas
Descargas
Referencias
BIBLIOGRAFIA PRIMÁRIA
CICERO, M. T. (1911), M. Tulli Ciceronis Rhetorica, Tomus II. A. S. Wilkins. Oxonii. e Typographeo Clarendoniano. Scriptorum Classicorum Bibliotheca Oxoniensis. No sítio: http://www.perseus.tufts.edu (18/04/ 2012)
CORREIA, G. (1975), Lendas da Índia, Introd. e revisão de Lopes de Almeida, 4 vols, Porto, Lello & Irmão Editores.
CORTE REAL, J. (1979), Obras de Jerónimo Corte Real, Sucesso do Segundo Cerco de Diu, Naufrágio de Sepúlveda, Auto dos Quatro Novíssimos do Homem, Elegias, introd. de M. Lopes de Almeida, Porto, Lello & Irmão Editores.
COUTINHO, L. de S. (1556), Liuro primeyro [-segundo] do cerco de Diu que os Turcos poseram à fortaleza de Diu, Coymbra: per Luis Aluarez. No sítio da BibliotecaNacional Digital, http:purl.pt (05/04/2012)
COUTO, D. (1999), Ásia, dos feitos que os Portugueses fizeram no descobrimento e conquista dos mares e terras do Oriente, Década IV, Edição crítica e anotada coord. por M. A. Lima Cruz, Vol. I, Lisboa, INCM.
COUTO, D. (1777), Ásia, dos feitos que os Portugueses fizeram no descobrimento e conquista dos mares e terras do Oriente, Décadas V, VI. No sítio da Biblioteca Nacional Digital, http:purl.pt (10/04/2012)
FROISSART, J. (1848), Chronicles of England, France and Spain and the Surrounding Countries, transleted from the Freench Editions with Variations and Additions from Many Celebrated MSS, by Thomas Johnes, Esq; London; William Smith, Vol. 1, Chap. CXXXVII. No sítio http://www.elfinspell.com/FroissartCh135Style.html (05/10/2012)
GÓIS, D.(1567), 1567). Chronica do principe Dom Ioam, Rei que foi destes Regnos segundo do nome em que summariamente se trattam has cousas sustançiaes que nelles aconteçerão do dia de seu nascimento atte ho em que elRei dom Afonso seu pai faleçeo. Em Lisboa: em casa de Francisco Correa. No sítio da Biblioteca Nacional Digital, consultado em http://purl.pt/15310 (05/10/2112)
HERÓDOTO (2007), Histórias, Liv. I, trad. e notas de J. R. Ferreira e M. de F. Silva, Lisboa, Edições 70.
HERÓDOTO (2002), Histórias, Liv. VIII, trad. e notas de J. R. Ferreira e C. L. Soares, Lisboa, Edições 70.
HOMERO (2005), Ilíada, trad. de Frederico Lourenço, Lisboa, Livros Cotovia.
MENANDRO (1964), Menandri Sententiae, Comparatio Menandri et Philistionis, Lipsiae, edidit Siegried Jaekel.
NUNES, L. (1989), Crónica de D. João de Castro, dir. e coment. Luís de Albuquerque; transc. em port. actual de Maria da Graça Pericão, Lisboa, Alfa.
PLUTARCH. (1914), Plutarch’s Lives, with English translation by. Bernadotte Perrin, Cambridge, MA. Harvard University Press. London, William Heinemann Ltd, 2. No sítio http://www.perseus.tufts.edu (05/04/2012)
SMYRNAEUS, Q. (1913), The Fall of Troy, translated by Way. A. S, London, Classical Library, vol. 19. No sítio http://www.theoi.com/ (05/10/2012)
TACITUS, C. (1906), Annales ab excessu divi Augusti, ed. Charles Dennis Fisher, Oxford, Clarendon Press. No sítio: http://www.perseus.tufts.edu (05/04/2012)
VERGÍLIO (2011), Eneida, 3ª ed., trad. de Luís M. Cerqueira, Cristina A. Guerreiro e Ana A. Alves, Lisboa, Bertrand Editora.
XENOPHON (1921), Xenophontis opera omnia, 2nd. ed, Oxford, Clarendon Press. No sítio: http://www.perseus.tufts.edu (05/10/12)
BIBLIOGRAFIA SECUNDÁRIA
ADLER, E. (2011), Valorizing the Barbarians. Enemy Speeches in Roman Historiography, Austin, University of Texas Press.
AMARAL, A. L. (1994), “Duas rainhas em Heródoto: Tómiris e Artemísia”, Humanitas, 46, 17-42.
BULST, C. M. (1961), “The Revolt of Queen Boudicca in A.D. 60”, Historia, 10, 496-509.
CARMONA CENTENO, D., HARTO TRUHILLO, M. L., IGLESIAS ZOIDO, J., VILLALBA ALVAREZ, (2008), “Corpus de arengas en la Historiografía Grecolatina”, in J. C. Iglesias Zoido (ed.), Retórica e Historiografia: el discurso militar desde la Antigüedad hasta el Renacimiento Madrid, Ediciones Clásicas, pp.s 537-564.
____ (2008a), La epipólesis en la historiografía grecolatina, Tesis doctoral en Filologia Griega, Cáceres, Facultad de Filosofía y Letras.
____ (2008b), “Historiografía, retórica y ejemplaridad: la escena típica del estandarte y su función en las historias de Roma”, in J. C. Iglesias Zoido (ed.), Retórica e Historiografia: el discurso militar desde la Antigüedad hasta el Renacimiento, Madrid, Ediciones Clásicas, pp. 273-295.
CARREIRAS, H. (2004), “As Mulheres e a Guerra”, in M. T. Barata e (dir.) e N. S. Teiveira (coord.), Nova História Militar de Portugal, Vol. 5, Lisboa, Círculo dos Leitores, pp. 174-238.
CORREIA, A. (1948), As portuguesas nos primórdios da colonização da Índia, Lisboa, Sociedade Astória.
CRAWFORD, J. (2002), “Cartimandua, Boudicca, and Rebellion: British Queens and Roman Colonial Views”, in T. L. Hunt, M. R. Lessard, Women and the Colonial Gaze, New York, pp. 17-28.
CRUZ, M. A. L. (1999), Diogo do Couto, Década Quarta da Ásia, Vol. II, notas históricas e filológicas, glossário e índice de antropónimos e topónimos, Lisboa, INCM, 329.
GARCIA, J. M. (2009), Cidades e fortalezas do Estado da Índia, Séculos XVI e XVII, Lisboa, Quidnovi, 207.
FERREIRA, J. (2009), Em Nome da Pátria – Portugal, o Ultramar e a Guerra Justa, Lisboa, Publicações D. Quixote.
FRASER, A. (1990), Warrior queens, Ontario, Penguin Books.
IGLESIAS ZOIDO, J. C. (2008), “Retórica e historiografia: La arenga militar”, in J. C. Iglesias Zoido (ed.) Retórica e Historiografia: el discurso militar desde la Antigüedad hasta el Renacimiento, Madrid, Ediciones Clásicas, pp. 19-60.
____ (2008a), “La arenga militar en la Historiografía griega: el modelo de Tucídides y sus antecedentes literarios y retóricos, in J. C. Iglesias Zoido (ed.) Retórica e Historiografia: el discurso militar desde la Antigüedad hasta el Renacimiento, Madrid, Ediciones Clásicas, pp. 231-258.
KIRK. I. (1987), “Images of Amazons: mariage and matriarchy”, in S. MacDonald et al., Images of women in peace and war. Cross-cultural and historical perspectives, London, Macmillan, pp. 37-39.
SALDANHA, A. (2005), IUSTUM IMPERIUM – Dos Tratados como Fundamento do Império dos Portugueses no Oriente – Estudo de História do Direito Internacional e do Direito Português, 2.ª ed., Lisboa.
SÁNCHEZ SALOR, E. (2008), “Retórica e Historiografía en Roma”, in J. C. Iglesias Zoido (ed.), Retórica e Historiografia: el discurso militar desde la Antigüedad hasta el Renacimiento, Madrid, Ediciones Clásicas, pp. 125-142.
SOARES, M. (2011), “Ekphrasis e enargeia na historiografia de Tucídides e no pensamento filosófico de Paul Ricoeur”, Talia Dixit, 6, 1-23.
THOMAZ, L. (1998), De Ceuta a Timor, 2.ª ed., Lisboa, Difel.